POLÍTICAS
PÚBLICAS DE JUVENTUDE – O QUE É
6.1 – Uma definição sobre P.P.J.
Políticas
públicas são formas de políticas implementadas pelo Estado que pretendem
garantir o consenso social, através de iniciativas que contribuam para a
redução de desigualdades e controle das esferas da vida pública para garantir
os direitos dos cidadãos. É preciso entender,
ainda que as políticas públicas enquanto um conjunto de ações são coordenadas
com o objetivo público e, por isso, faz-se necessário não confundirmos
políticas públicas com políticas governamentais.
Cada vez mais a sociedade civil tem
desenvolvido e executado políticas públicas; os Poderes Legislativo e
Judiciário também implementam estas políticas. Entendê-la enquanto a expressão
do trânsito das relações entre Estado e Sociedade, é compreendê-la como algo em
construção e em permanente disputa entre os atores sociais que as fazem e
conseqüentemente, as constroem.
Assimilar esta mobilidade é fundamental para
entrar no mundo das Políticas Públicas com as juventudes. Esta é uma política
em construção e, portanto, temos que superar este consenso superficial que a
tem pautado. Estamos falando de um projeto de nação, da construção do futuro e,
desta forma, da necessidade de estar articulado com um conceito de
desenvolvimento civilizatório que aprofunde a democracia, distribua renda e
encare os jovens enquanto cidadãos capazes e detentores de direitos, portanto,
protagonistas de seus próprios sonhos.
Uma Política Pública contemporânea ao nosso
tempo tem que discutir as questões de raça, credo, gênero, classe social, não
se restringindo a discutir a forma e sim ir além, construindo socialmente o seu
conteúdo e conceito estratégico de sociedade. Contudo, na prática, é a pressão
de setores da sociedade sobre o governo, seja de forma organizada ou não, que
dá origem às Políticas Públicas. Nos últimos anos, observa-se ainda o aumento
no número de iniciativas que são resultado de uma cooperação entre governo e
sociedade. Nas melhores iniciativas, muitas vezes experiência bem-sucedidas de
ONGs (Organizações Não Governamentais) são absorvidas como Políticas Públicas.
6.2 – Escutar os jovens é
indispensável
O segundo ponto a ser
considerado é que estas políticas públicas só surtem efeitos esperados quando é
levada em conta a opinião do seu público-alvo, ou seja, os sujeitos para os
quais o benefício será propiciado, neste caso a juventude brasileira. Mas é
preciso que sejam políticas públicas propositivas, e não reativas.
Na maioria dos casos, a juventude só se torna
objeto de uma quando associada a estereótipos negativos, como a delinqüência, a
violência e o abuso de drogas.
Assim a forma mais viável de garantir sua
implementação é através da participação dos jovens em sua gestação discutindo
as problemáticas para o alcance das potencialidades que tal mecanismo pode
gerar ao corpo da categoria social, pois, neste sentido, o que o jovem precisa
é de políticas que lhe assegurem uma escola acessível e de qualidade, formação
profissional adequada, oportunidades dignas de trabalho e renda, alternativas
de lazer saudável e aconselhamento sobre reprodução e saúde sexual.
O jovem necessita de apoio, atenção e
perspectivas de auto-realização.
6.3 – Reconhecer o jovem como
sujeito
O terceiro ponto é a inserção do jovem como
sujeito que merece a atenção do Estado, o que acontece a partir das ultimas
décadas do século XX com os grandes movimentos de contestação e reivindicação
juvenis, em especial o movimento que ficou conhecido como “Diretas Já”. Esse é
o marco inicial para a percepção deste grupo social como relevante no sentido político
sobre o qual o Estado deveria tecer preocupação, principalmente quando
consideramos que o Brasil possui uma população jovem que ocupa uma parcela
considerável do contingente total de habitantes do país. Por isso, a ausência
de políticas públicas específicas para esta faixa da população é um antigo
problema, pois mais do que nunca, os jovens brasileiros mostram-se vulneráveis
a questões como desemprego, violência e drogas, que vêm somar-se às mazelas
decorrentes da falta de investimentos em educação e em programas de complementação
de renda.
É o conjunto
de princípios, estratégias e ações que contempla as distintas realidades
dos(as) jovens, estabelece seus direitos e responsabilidades e afirma suas
identidades e potencialidades. A política é pública quando pertence a todos(as)
e é construída por toda a sociedade.
Assim, as políticas devem
criar condições para que os(as) jovens participem da vida social, econômica,
cultural e democrática do país, a partir da sua realidade mais direta, o
município, o lugar onde vive.
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